sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

ANO NOVO NO HOTEL DAS CATARATAS DO IGUAÇU

Seguidores e Seguidores,

Certamente não poderíamos ter escolhido melhor lugar para começar 2013 do que o encantador e luxuoso Hotel das Cataratas, o único dentro do Parque Nacional do Iguaçu e, o que é melhor, com as Cataratas ao alcance dos olhos e exclusivamente à disposição só dos hóspedes, até as 9h e depois das 17h. Um luxo.

Para lá nos deslocamos, pela Gol, no dia 29, depois de um breve descanso de um dia das aventuras no Atacama, relatadas na postagem anterior. Desta vez, só temos elogios. Todos os voos, sem exceção, foram pontuais. Uma raridade na aviação brasileira. Quando chegamos no aeroporto de Foz do Iguaçu, um motorista do hotel nos aguardava para fazer o transfer até o hotel. Na entrada do Parque Nacional, de 187 mil hectares, cujo mar verde já havíamos visto deste o avião, um controle rígido nos esperava. No parque só entram de carro o pessoal que serve o hotel e os transportes credenciados de turistas, este das 9 às 17 horas. Entramos por uma estrada cercada de verde por todos os lados. Nos dias que lá estivemos, não raro víamos cotias, servos, quatis comendo no gramado do acostamento da rodovia. Num dos dias uma onça pintada foi flagrada na varanda da sede de uma empresa de aventuras sediada dentro do parque. Vimos as fotos. Foi notícia nacional.

Quando chegamos próximo do hotel, não pudemos acreditar. Fica localizado muito próximo das Cataratas. De dentro do carro, antes de pararmos na recepção, já divisamos a impactante queda  d'água ao alcance de algumas passadas desde o hotel. Uma recepção e tanto.

O ambiente onde está localizado o Hotel das Cataratas é um caso à parte. De tirar o fôlego. Um dos mais belos meio ambiente de hotel que já estivemos. Primeiro, está todo rodeado da exuberante mata Atlântica do Parque Nacional do Iguaçu e com vista das Cataratas desde o jardim e dos apartamentos frontais do hotel. Na frente um lindo jardim gramado com frondosas árvores, inclusive araucárias, onde bandos de quatis aparecem de vez em quando para se alimentar. Nos pátios internos, muitas árvores floridas. Ao redor da piscina e do restaurante da piscina gramados com árvores e a mata fechada logo ali. Uma energia positiva fantástica.

O Hotel das Cataratas, de apenas dois pavimentos, com uma torre de obervação da paisagem, cataratas e por do sol, é um casarão em estilo colonial todo pintado em rosa e branco. É o antigo Hotel Tropical da Varig, tombado pelo patrimônio cultural da União, está concedido por 20 anos, por licitação, para a luxuosa rede Orient-Express de hotéis, dentre outros, do Copacabana Palace e do Ponta dos Ganchos. Está totalmente recuperado pelos atuais concessionários, como se tivesse sido construído ontem. Não se percebe um detalhe sequer, salvo pelo seu estilo que foi mantido, de que se trata de um prédio antigo. Luxuosamente decorado, tem um grande bar, com sacada para as Cataratas, um restaurante de cozinha internacional, mais luxuoso, no corpo do hotel e para o qual sempre é bom fazer reserva, e outro, mais informal, na beira da piscina, onde é servido café da manhã, almoço e jantar com buffet e uma churrasqueira. Ali o buffet conta com uma enorme variedade de pratos e saladas e, para quem quiser, churrasco. Único reparo que temos a fazer é no tempero das comidas quentes, às vezes muito carregadas de tempero, como alho, se sobrepondo sobre o sabor da comida escolhida e, às vezes, quase  sem nenhum tempero. Fizemos o reparo para o staff do hotel, antes de sairmos.

Ficamos num apartamento superior, já que não havia mais suítes disponíveis quando fizemos a reserva. Bem espaçoso e decorado, com ar condicionado digital, uma ótima cama e um banheiro confortável com excelente ducha. A vista era para a mata.

O café da manhã é ótimo e com grande variedade de opções. Na piscina, uma ótima estrutura com cadeiras, guarda-sol, toalhas, bar e garçons prontos para te servir com bebidas e snaks. O show, porém, estava reservado para o jantar e festa de passagem de ano. Simplesmente fantástico. Desde  a tarde do dia 30 começaram a armar coberturas para mesas ao redor da piscina e um palco para a Banda Mais de São Paulo que animou a festa. Na noite do dia 31 toda a estrutura, decorada com panos brancos, recebeu iluminação colorida indireta, criando um clima sofisticado, adequado para o evento. Tínhamos escolhido adredemente uma mesa junto com um casal paulista, o Werner e a Cristina, com quem havíamos compartilhado um passeio de helicóptero pela região e do qual falaremos mais tarde, e outro casal de noivos, também paulita, o William e a Taís. Tivemos sorte, porque todos eram muito agradáveis e bem humorados. Um ótimo buffet, que fizemos questão de acompanhar de uma francesa Taitanger, porque merecemos. A banda de alta qualidade deu brilho ao jantar e convidava para dançar num tablado montado defronte o palco. Meia-noite, contagem regressiva e muita música já que é proibido soltar fogos em função da mata e dos animais que lá vivem. Um lugar mágico, uma energia poderosa para alimentar nossos espíritos para enfrentar com força o ano de 2013. Um lugar altamente recomendável para passagem de ano.

Como só conseguimos quatro diárias, tínhamos que aproveitar bem o tempo para conhecer tudo de bom que a região tem para oferecer.

No dia 29, chegamos no início da tarde, o tempo um pouco fechado e, como era sábado, foi servido uma feijoada, caipirinha, soninho e curtição do hotel.

No dia 30, pela manhã, fomos conhecer (o blogueiro já havia ido lá anteriormente) a maravilha das Cataratas, pelo lado brasileiro. Não tem como não se encantar. Nem se compara, em beleza, com a Niagara Falls, que visitamos quando fizemos o Canadá costa à costa, em 2010. A propósito, no prédio onde são comprados os tickets para Niagara tem um poster da nossa catarata na parede defronte o caixa. Quando perguntado por turistas à mulher do caixa, onde era aquilo, ela respondia que era no Brasil e que era maior e mais bonita que a deles. Nos encheu de orgulho. Degustamos intensamente cada paisagem até o banho da chuva causada pela queda, na passarela que vai até a monumental Garganta do Diabo.

No período da tarde, reservamos uma ida até o Parque das Aves, que fica fora da entrada do Parque, num empresa de aventura que tem um escritório na recepção do hotel. Um passeio maravilhoso. Um viveiro dentro da floresta, na sua maioria, de aves apreendidas e ali recuperadas, além de outras aves exóticas vindas de todas as partes do mundo. Um espetáculo de tucanos, avestruzes, papagaios, araras, siriemas, macucos, aracuãs, borboletas, casuar da Indonésia, flamingos, cobras  sucuri e jacarés do pantanal, a maior águia brasileira, a Harpia e muito mais. O importante é que muitas delas tinham ninho e estavam se reproduzindo, tão exuberante a natureza que as rodeia. Em alguns locais as aves estão soltas no caminho dos visitantes. Não raro você tem tucanos ao alcance das mãos no corrimão e grandes pássaros pretos passam correndo por entre as pernas. Incrível. Noutro local, um  enorme viveiro  com araras de todas as cores e espécies, a voar rente sua cabeça e pararem no chão ao seu alcance. Uma experiência rara, que não pode ser perdida por quem for a Foz do Iguaçu.

As maiores aventuras, porém, estavam reservadas para o último dia do ano. Reserva feita no dia anterior, e lá fomos nós mata adentro, primeiro num carro elétrico aberto, parando de vez em quando para o guia dar informações sobre árvores e plantas típicas da mata atlântica. Depois a pé, passando por riachos e cascatas até a borda do Rio Iguaçu onde, armados de colete salva-vida, entramos num grande barco inflável a motor e partimos rumo às grandes quedas d'água que nos esperavam para o batismo. Manobras radicais rio adentro até chegarmos nas quedas. O barco avançava para debaixo delas e um banho gelado misturado com adrenalina, nos deixou rejuvenescidos para o ano novo. Uma experiência que há muito gostaríamos de experimentar e que realizamos com intensidade. Só experimentando para saber o que sentimos. Recomendamos.

Mas a aventura não estava terminada. Na volta, o barco nos deixou numa plataforma, próximo das cataratas onde trocaríamos de barco para fazer um rafting nas corredeiras do Rio Iguaçu. Colete e capacete colocados, lá fomos nós para mais um rafting, já que já havíamos feito um no Rio Getúlio, em Ibirama e outro, de nível 4 (vai até 5), no Rio Itajaí-açu. O blogueiro também tinha feito um de dia inteiro, numa reserva indígena, no Estado de Wisconsin, nos EUA, na divisa com o Canadá. O do Rio Iguaçu, é de nível 2,5 e vale somente pelas corredeiras mais violentas próximas das Cataratas. Depois o rio segue calmo o que permite uma parada para banho. Recomendamos apenas para iniciantes e para quem deseja conhecer o rio mais devagar lá no fundo do vale.

No período da tarde do dia 31, mais adrenalina estava reservada. Deixamos nosso nome à disposição no escritório da empresa lá no hotel, para dividir um passeio longo de helicóptero por toda a região, com outras duas pessoas. Para nossa sorte, quando voltamos das aventura no rio, o Werner e a Cristina haviam se habilitado. Feito o ajuste, saímos por volta das 16h para o heliporto, que fica logo depois da saída do parque, na direção da cidade de Foz. Entramos no helicóptero e saímos em direção à represa de Itaipu. Voamos sobre o Rio Iguaçu, passamos pela ponte que liga o Brasil a Puerto  Iguaçu, na Argentina, depois pelo encontro dos rios na tríplice fronteira Brasil, Paraguai e Argentina, onde o helicóptero fez algumas manobras, passamos sobre Foz do Iguaçu e Ponte da Amizade para Ciudad del Leste, no Paraguai e, logo em seguida, demos de cara com a gigantesca Represa de Itaipu. Chegamos bem próximo da represa e depois sobrevoamos o grande lago por ela formado. Uma visão incrível desse gigante da engenharia mundial.

Dali iniciamos o retorno rumo ao nosso hotel e às cataratas. Ao longe só se vê, no meio da mata verde e fechada, um vapor subindo, dando até a impressão de fumaça de uma queimada localizada. À medida que vamos nos aproximando, a adrenalina vai crescendo porque você começa a entrar na Garganta do Diabo por cima. Passada ela até o final e termos uma visão do rio antes que ele desabe nas quedas, o helicóptero fez várias guinadas radicais rumo às cataratas, elevando a adrenalina lá no alto e tornando o passeio uma experiência indescritível, fazendo valer cada centavo que aplicamos na aventura. Quem puder, é uma experiência imperdível. Depois de uma voo sobre o nosso hotel e da mata preservada, retornamos para a base. Um último dia do ano que ficará para sempre gravado em nossas memórias.

No primeiro dia de 2013, ainda sob os efeitos da festa na noite anterior, reservamos um passeio especial pela Represa de Itaipu, para conhecer, inclusive, suas entranhas. Pela manhã fomos levados de carro até a sede da empresa para assistirmos um vídeo de 20 minutos onde, inclusive, são relatados os projetos ambientais lá desenvolvidos, como um desvio para a piracema, recomposição da mata ciliar, criação de peixes em cativeiro e muito mais. Criticamos, todavia, o ufanismo ali transmitido e o esquecimento de conscientizar a todos dos profundos danos ecológicos e ambientais que ela causou, como o desaparecimento das Cataratas das Sete Quedas, a perda de mata e ecossistemas, o desalojamento de povoados locais e tribos, as terras produtivas, o perecimento da fauna, da flora e de muitos operários, tudo no sentido de conscientizar as pessoas de que aquele custo só valerá a pena se todos usarem a energia de forma racional e responsável. É perdida uma oportunidade de ouro para isso. Preferiu-se todavia o ufanismo próprio do período da revolução de 64 que, em pouco difere, neste particular, do governo atual.

Depois, num ônibus fomos levados até um belvedere coberto de onde pudemos ver, de frente, a magnitude da construção, seu vertedouro e parte dos grandes tubos de 10 metros de diâmetro por onde passa a água para acionar as turbinas. Dali, também de ônibus, passamos pela estrada no topo da usina, com algumas paradas para fotos e ver a imensidão do lago. Como estava chovendo, não valeu a pena tirar qualquer foto. Depois, era hora de mergulhar fundo na represa. Destacaram-se as grandes catedrais formadas pela engenharia para contenção das águas, os grandes corredores de quilômetros em linha reta, a perder de vista, a sala de controle, onde estão, na mesma mesa, de um lado os paraguaios, controlando dez turbinas com voltagem de 50 Mhz e, de outro, os brasileiros, com mais dez turbinas, com voltagem de 60 MHz. Dali pegamos um elevador que nos levou mais fundo para ver o enorme eixo de uma turbina em funcionamento, girando a velocidades incríveis. Tudo em companhia de técnicos que explicavam tudo nos detalhes e tiravam nossas dúvidas. Uma experiência incrível porque não é todo dia que temos ao nosso alcance uma obra dessa magnitude e complexidade. Recomendamos.

De volta ao hotel, no final da tarde, dia ensolarado, sozinhos fomos rever as cataratas e assistir lá o por do sol. Um momento mágico de curtição mútua e de  se encharcar da energia vibrante daquele ambiente ímpar, para iniciar o ano com toda a força e energia para enfrentar os desafios que ele nos apresentar. Como dissemos no começo, não poderíamos ter encontrado lugar mais especial, mais belo e cheio de boas energias, para a passagem de ano. Altamente recomendável.

Agora vamos trabalhar um pouco já que no dia 27 de fevereiro iniciaremos mais uma aventura pelo mundo, agora na Índia e no Nepal, que irá até o dia 30 de março. Obviamente que tudo estará aqui. Até lá. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei. Agora curtam as fotos.
Lobby do Hotel das Cataratas

Quatis no jardim defronte ao hotel

Esta e as próximas fotos: Hotel das Cataratas






Esta e as próximas fotos: Nossa visita às Cataratas do Iguaçu




















Esta e as próximas fotos: Hidrelétrica de Itaipu





Esta e as próximas fotos: Parque das Aves




















Esta e as próximas fotos: Festa da passagem do ano no hotel




Amigos que fizemos no hotel: Werner, Cristina, Taís e William
Desde o helicóptero, as três fronteiras

Foz do Iguaçu, do alto

Esta foto e as próximas: Itaipu desde o Helicóptero






O Hotel das Cataratas, desde o alto

Esta e as próximas: Cataratas do Iguaçu vistas do Helicóptero




A blogueira saindo do Helicóptero


Por do sol desde a torre do hotel

Paisagem com o Parque Nacional do Iguaçu ao fundo(com um clic aumenta-se e dá para ver o vapor das Cataratas na mata)

Os blogueiros após saírem do Helicóptero