domingo, 24 de março de 2013

Delhi, uma contradição

Seguidores e Seguidoras,

Tendo em vista a impossibilidade de visitarmos o Nepal, o que ficará para quando visitarmos o Tibet, resolvemos aproveitar melhor a Capital da Índia. Délhi.

Começamos a fazer isso, pelo hotel e pela suíte. O The Leela Palace é, sem dúvida, o hotel mais moderno em que já estivemos aqui na Índia, o melhor café da manhã e a melhor suíte desta viagem. Um show. Quando o funcionário do hotel abriu a porta, quase não divisamos o fim da suíte 512. Um longo corredor, de cerca de oito metros com um aparador, dois armários separados por um suporte para as malas e uma excelente toilete com quatro espaçosos ambientes, sendo num deles uma grande banheira com TV digital e som. Nas duas pias, um relógio digital para você não perder a hora. Terminado o corredor, o quarto de dormir, uma grande estante com TV de 50' e uma mesa de trabalho toda equipada, além de poltrona com mesa de suporte. Ao final, uma grande vidraça com vistas para os jardins do hotel. Todas a luminárias têm acendimento digital com três gradações de intensidade da luz. Os avisos de não perturbe ou fazer a suíte, todos digitais. A decoração riquíssima. O hotel dispõe de três restaurantes, um italiano, outro indiano e outro de comida internacional. O café da manhã, com uma variedade tamanha de opções que te deixa em dúvida sobre o que comer. Enfim, uma bela compensação pelos desgostos Varanasi/Nepal. Ademais, a gente merece e gosta.

Deixemos de frescuras e vamos ao que interessa. Ontem à noite a Minar nos regalou com um show num local de espetáculo há uma hora do hotel, na periferia de Delhi, de dança típica e música do Punjab, próxima região que visitaremos, na Caxemira,  tudo inserido no musical, com uma produção Boliwoodiana, conjugando cenários e imagens. O local chama-se Kindom of Dreams. Na saída da casa de show você entra numa área coberta como se fora um céu azul de fim de tarde, como já havíamos visto no Hotel Venice, de Las Vegas, com praça de alimentação e todo tipo de diversão, inclusive réplicas de prédios famosos de várias cidades da Índia, onde são servidas comidas típicas de cada lugar. Um local que vale a visita. Esperamos que as fotos possam retratar o que vimos.

De volta ao hotel, uma entrada de sopas Minestrone e de Mushrooms e, de prato principal, um rissoto de um mix de cogumelos, tudo acompanhado com uma variedade de pães. Exageramos.

Hoje foi dia para começar a conhecer Delhi mais profundamente. Estamos na New Delhi, uma região de hotéis, embaixadas, sede do governo. Tudo limpo, grandes avenidas ajardinadas e com calçadas com extensas rótulas floridas, quase só carros e enormes áreas de parques bem cuidados, gramados, arborizados e floridos. Basta, porém, passar uma inexistente fronteira  para a velha Delhi, tudo volta ao normal do que vimos por toda a Índia. Buzinas, tuc-tucs, ônibus velhos, vacas, falta de calçadas, lixo por todo lado, casas, prédios e monumentos caindo aos pedaços. Íncrível a diferença.


Délhi, capital da Índia, é a terceira maior cidade do País, com cerca de 17 milhões de habitantes. Sua localização estratégica nas rotas norte-sul e leste-oeste conferiu uma posição privilegiada na história indiana, e muitos grandes impérios  foram comandados daqui. Os monumentos e as ruínas se espalham pela cidade, muitas vezes lado a lado com prédios altos e modernos ou com a modernidade e o lixo. A vasta mancha urbana de Délhi atual é um aglomerado de diversos enclaves diferentes, e os principais deles são a Velha Délhi, com monumentos e congestionados, sujos e quase intransitáveis mercados-bazares dos séculos 16 e 17, erguidos pelo império mongol; e a Nova Délhi, com avenidas largas, lindas vistas, mansões coloniais, construídos pelos britânicos na década de 1930, como capital imperial.

Hoje, depois do café onde encontramos um casal gaúcho com dois filhos, todos muito simpáticos e que atualmente moram no México e estão começando a viagem, o Paulo Ramos e família, fomos visitar  a região do Vijay Chowk, ou Praça da Vitória. Amplo espaço na base de Raisina Hill, foi planejado para o acesso imponente à casa do vice-rei, agora residência do Presidente. É ali que ocorre a cerimônia  "Beating of Retreat", em 29 de Janeiro, que lembra o fim das batalhas, com desfiles suntuosos e coloridos. A Vijay Chowk é ladeada por dois longos  e clássicos prédios do Secretariado, onde ficam diversos ministérios, além do gabinete do primeiro-ministro. Ministros e altos funcionários do governo vivem em bangalôs espaçosos, nas avenidas arborizadas  das proximidades. Saindo da Vijay Chowk, a grandiosa Central Vista de Lutyens fica  em frente - árvores grandes e chafarizes se alinham pelos gramados de Raipath até a Porta da Índia, o dossel e o estádio nacional na outra ponta. O Índia Gate, um arco de arenito vermelho, erguido em homenagem aos soldados indianos e britânicos  que morreram na Primeira  Guerra Mundial e aos que tombaram em batalhas da Fronteira Norte-Oeste da província e da Terceira Guerra Afegã. Na frente do Indian Gate há um dossel de arenito onde, em 1936, se colocou uma estátua de Jorge V. Agora está vazio, porque a estátua foi transferida para o Coronation Park.    O local não permite muitas fotos, porque são largas avenidas expressas com estacionamento proibido.

De lá fomos conhecer o famoso Baha'i House of Worship. Na construção moderna mais inovadora de Délhi, o ambiente  é de silêncio e de ordem.  Projetada pelo arquiteto iraniano Faribuz Sahba e terminada em 1986, tem um atraente  formato de flor de lótus, com 27 pétalas de mármore branco que lhe valeu o nome popular de Templo de Lótus. O  Templo é rodeado  por nove espelhos-d'água e por 92ha de gramados. A seita Baha'i surgiu na Pérsia  e parte do ponto de vista de que a humanidade é uma única raça. Devotos de todas as fés são convidados a meditar e assistir aos serviços diários de 15 minutos do grandioso auditório, com acomodações para 1300 pessoas.

Dali nos dirigimos para o Rajghat, o mais poderoso símbolo de nacionalidade da Índia, o Rajghat foi o local da cremação de Mahatma Gandhi. Agora, ali há uma plataforma sombria de granito preto, com inscrição das suas últimas palavras: He Ram ou Oh Deus. Fica localizado no meio de um grande parque gramado e florido. Um visita obrigatória para nós que já tínhamos visto tudo sobre sua vida Índia afora.

Por fim, fomos visitar o National Museum da Índia. Podem-se explorar 07 milênios da história da Índia nesse museu, com acerco de mais de 200 mil peças da arte indiana. O núcleo da coleção de cerca de mil objetos foi enviado a Londres, no inverno de 1948-49, para uma exposição na Burlington House da Royal Academy. Na volta, instalou-se esse material no Durbar Hall do Rashtrapati Bhavan até 1960, quando terminou a construção do prédio atual, de pedra bege e rosa, igual a outros imponentes da nova capital. Sua coleção de relíquias de Harappa(vale do Indo) e de tesouros das Rotas da Seda é considerado uma das melhores do mundo. Para quem quer ter uma visão global da história e da arte da Índia, é uma visita obrigatória, embora em termos de pinturas de miniaturas, a arte da pintura típica da Índia, em Udaipur vimos melhores.

Depois do museu, demos uma volta pela linda região das embaixadas, com avenidas lindamente ajardinadas e voltamos para o hotel. Depois do serviço de chá no lobby do hotel à noite teremos um jantar num restaurante da cidade oferecido pela agência de turismo aqui da Índia. Promete.

Amanhã, mais Délhi, com coisas muito interessantes, como a grande mesquita, por exemplo. Tudo estará aqui. Até. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.


Os blogueiros na Casa de Show Kingdom of Dreams


Os blogueiros, com um macaco, no Kingdom of Dreams

Casas típicas de cidade da Índia, com comida do local, na praça do Kingdom of Dreams

O céu azul artificial, do Kingdom of Dreams

Mais da praça de alimentação e diversão do Kingdom of Dreams

A residência do Presidente da Índia

Os blogueiros na Vijay Chowk, com as casas do Secretariado

Idem o blogueiro

O Índia Gate


Tuc-tucs com plena lotação, na Velha Délhi

O dossel, que fica próximo do Índia Gate

Ruas arborizadas e limpas, na Nova Délhi

O Memorial no local onde Gandhi foi cremado

Local exato onde houve a cremação de Gandhi

O lindo Templo de Lótus

Rótulas bem cuidadas e floridas da Nova Délhi


A avenida das embaixadas, ricamente ajardinadas

Os jardins do Hotel The Leela Palace, onde estamos

Entrada do Leela Palace

Decoração do Leela Palace

Fotos da Suíte 512, onde estamos no Leela Palace

O longo corredor da nossa suíte no Leela Palace

O leito da nossa suíte do Leela Palace

Rosas amarelas no lobby do hotel. Uma homenagem à nossa amiga Eloisa Brandão, que as aprecia

2 comentários:

  1. Oi Tio, Oi Dirlei,

    Confesso que estranhei a falta de postagens no fim da semana passada. Atribuí à precariedade de sinal ou a algum trajeto maior.
    Ao ler a postagem sobre Varasani fiquei preocupada, espero que tudo corra bem, como vejo que está pelas fotos e por esta postagem.
    Que a viagem continue valendo a pena sem maiores intercorrências ... Cuidem-se ...
    Ah! O tio com aquela roupa clara no Ganges e vcs naquele barco no meio daquele rio digamos nada recomendável para banhos, me deu quase tanta agonia quanto ler o relato do avião ... rs
    Beijos!
    Jossi

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  2. Caríssimos.
    Que bela viagem! Totalmente diferente de todas as anteriores. EStamos curtindo muito.
    Beijos.
    Paulo e Heloisa

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