sexta-feira, 15 de março de 2013

Jaipur no lombo do elefante

Seguidores e seguidoras,


Hoje, depois de um ótimo café da manhã no Taj Rambah Palace, partimos cedo para conhecer um dos pontos turísticos mais visitados de Jaipur, o Amber Fort. No caminho, já que ele fica fora da cidade, conhecemos um pouco melhor a cidade de Jaipur e suas casas todas pintadas em cor salmão, o que foi feito em homenagem a um príncipe Albert, consorte da Rainha Vitória, que aqui fez uma visita.

Muitas vezes chamada de "Cidade Rosada",(deveria ser cidade salmão) em razão da pintura de seus prédios importantes, Jaipur é um labirinto fascinante de bazares, palácios suntuosos e locais históricos. Nas ruas coloridas, motos lutam  por espaço com camelos e idosos com turbante se acotovelam com os jovens de jeans. A velha área murada de Jaipur conta com o City Palace, do qual falaremos mais tarde, um observatório astronômico, que também visitamos e bazares que vendem desde calçados, tapetes e até jóias. 

Na ida para o Amber Fort, paramos para fotografar o Hawa Mahal (Palácio dos Ventos). Caprichoso acréscimo ao rico repertório arquitetônico de Rajasthan, o excêntrico Hawa Mahal foi erguido em 1799 pelo esteta Sawai Pratap Singh (reinado de 1778-1803). A fachada rosada e ornamentada (agora em fase de restauração) se tornou um ícone da cidade.  A edificação meio barroca, com janelas e balcões em camadas que se projetam, e com telas vazadas, tem altura de cinco andares mas apenas um salão de profundidade, com paredes que não ultrapassam 20 cm de espessura. Construída de calcário e argamassa, a estrutura foi projetada desse modo para permitir que as senhoras do harém (com véu e sem ser notadas) observassem as cenas da rua abaixo.

Dali nos dirigimos ao Amber Fort para lá chegar o mais cedo possível já que há filas para pegar os elefantes para a subida até o palácio. Quando lá chegamos a fila ainda estava pequena e em cerca de dez minutos já estávamos sobre o elefante para a subida. A fila de elefantes, subindo e descendo é enorme. Em cerca de 15 minutos estávamos no pátio do palácio. Confessamos que vale pela experiência de andar de elefante porque, na realidade, é muito desconfortável. 

O forte e palácio de Amber foi cidadela Kachhawaha até 1727, quando a capital passou para Jaipur. Governantes posteriores continuaram a ir lá em ocasiões importantes para pedir as bençãos de Shila  Devi, divindade da família dos marajás. A fortaleza foi erguida em 1592 por Man Singh I sobre as ruínas de um velho forte do século 11, mas os diversos prédios acrescentados por Jai Singh I, (reinado de 1621-1667) constituem as principais atrações. 

No topo do morro, o Amber Fort oferece vista panorâmica  do lago Maota, no vale abaixo. No sopé, encontra-se a antiga  cidade histórica, primeira sede dos reis de Amber, antes que transformassem o forte em capital. Havelis, poços com escada e templos podem ser observados abaixo do forte, o que indica a existência de um município auto suficiente, onde Akbar, o imperador Mongol, costumava parar em sua peregrinação anual Ajmer.

No prédio se destacam os seus majestosos portões, os pátios internos, o prédio de audiência pública conferida pelo Marajá, as salas de banho no estilo turco, os aposentos das esposas do Marajá e as maravilhosas vistas das muralhas de 24 km no topo das montanhas, o lago e jardim, bem abaixo e a cidade de Jaipur ao longe. Esperávamos mais dele, já que perde em beleza e arquitetura para muitos outros palácios de cidades menos importantes que essa, como Bikaner, por exemplo.

Descemos a montanha de carro e nos dirigimos até o pitoresco Jal Mahal. Durante as monções, o lago Man Sagar fica cheio e o Jal Mahal (Palácio da Água) parece se erguer dele, como uma miragem. Construído em meados do século 18 por Madho Singh I, inspirou-se no Lake Palace de Udaipur, onde estivemos hospedados, e onde o rei passou a infância. Mais tarde foi usado para festas reais da caça ao pato, e muitas aves aquáticas ainda são vistas por ali, além de muitas carpas. O jardim em terraços, cercado por passarelas em arco, possui em cada canto elegantes torres com cúpula. Sentimos que estão meio abandonado e descuidado. Daria um excelente hotel boutique, como o de Udaipur.

Dali fomos para o centro da cidade de Jaipur para visita do City Palace, onde vivem o Marajá, uma criança, e seus familiares. No coração da cidade o City Palace abrigou os governantes de Jaipur desde a primeira metade do século 18. O complexo amplo é uma sofisticada mistura das arquiteturas raiput e mongol. Seus prédios públicos abertos e arejados, no estilo mongol, conduziam aos aposentos privativos. Atualmente, parte do complexo é aberto à visitação, como o Marajá Sawai Man Singh II Museum, mais conhecido como City Palace Museum. O acervo, que inclui pinturas em miniaturas, manuscritos, tapetes mongóis, instrumentos musicais, trajes reais e armamentos, oferece uma bela introdução ao passado de Jaipur como marajanato e seu artesanato. Dali, se pode ver o Chandra Mahal, residência oficial da família do atual Marajá.

No mesmo complexo está o Jantar Mantar. Dos cinco observatórios  construídos pelo Marajá Sawai Jai Singh II, o de Jaipur é o maior e mais bem preservado. Astrônomo entusiasta, Jai Singh se mantinha a par dos estudos mais recentes de astronomia mundial e se inspirou muito na obra de Mirza Ulugh Beg, astrônomo de Samarcanda. Construído entre 1728 e 1734, o observatório foi descrito  como a paisagem de pedra mais realista e lógica, e seus 16 instrumentos lembram um grupo de esculturas gigantescas. Alguns deles ainda são usados para prever o nível de calor dos meses de verão, a data possível da chegada, a duração e a intensidade das monções e a possibilidade de inundações e escassez de comida. Lá se destaca, também, o Rashivalaya Yantra que compõe-se de doze peças, que representam os signos do zodíaco e, portanto, voltam-se  para diferentes constelações. Este Yantra, usado por astrólogos para criar horóscopos, é o único desse tipo. Um lugar incrível pela complexidade dos aparelhos de astronomia em comparação com a época em que foram construídos. Visita imperdível para quem por aqui passar.

Saímos de lá e fomos visitar a parte comercial da movimentada Jaipur, uma das cidades planejadas da Índia e um pouco mais organizada que as outras que conhecemos. Visitamos duas cooperativas, uma de elaboração de jóias, com muitas pedras, inclusive, vindas do Brasil, e outra de tapetes. Ali se destacou um artesão, cuja rapidez da mão para fazer os nós que vão formando o tapete, é incrível, impossível de acompanhar, apesar da complexidade da operação. A blogueira, inclusive, fez um deles em câmera lenta orientada pelo artesão e percebeu como é grande a habilidade dele. O resultado do trabalho são tapetes maravilhosos.

No meio da tarde voltamos para o hotel e, após um pequeno descanso, fomos até as mesas externas do restaurante do hotel, voltadas para o jardim, para tomarmos um café ou um chá. Para nossa surpresa nos foi servido um serviço de chá completo, ao estilo inglês, que nunca tínhamos tido a oportunidade de experimentar, com um serviço de prata de três estágios, um com variedade de mini sandwiches, outro com folhados, pequenos cakes e cookies e outra com docinhos variados. Um charme. Lá pelas seis horas, houve um jogo de polo de elefantes, amistoso, bem em frente da nossa suíte. Banda, pessoas classicamente vestidas, narração do jogo, uma cerimônia inédita para nós.

No retorno à suíte, fomos surpreendidos com uma grande flor de pétalas brancas e vermelhas, bem na porta da suíte, em nossa homenagem. Lindo.

Amanhã é dia de viagem para Agra e seu Taj Mahal, com algumas paradas no caminho. O que fizermos de interessante, estará aqui. Até lá. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.

Prédio em cor salmão, que predomina em todos os prédios do centro velho de Jaipur

O Palácio dos ventos, foto clássica de Jaipur (em restauração)

Visão, da estrada, do Castelo do Fort Amber

Idem


Jardim na base do Fort Amber

Congestionamento de elefantes, subindo para o Amber

Os blogueiros, estreando mais um meio de transporte na Índia - Agora elefante

Mais congestionamento de elefantes no sobe e desce para o Fort Amber

Chegada dos elefantes no pátio do Castelo do Amber



A porta do sol, no Amber

Os blogueiros, no topo do Castelo Amber

Sala de audiências com o Marajá, no Amber

Visão de Jaipur, desde o Fort Amber

Porta principal do Castelo


Jardim de especiarias, no sopé do Fort Amber

Elefantes subindo a montanha, visto de cima

Dependências do Castelo Amber

Visão lateral da sala de audiências do Amber

Sala de banho turco, para o Marajá e suas consortes

Jardim interno do Amber

Salão do espelhos, do Amber


Visão das muralhas sobre a montanha, do Amber Fort

A blogueira, onde as consortes do Marajá assistiam a cerimônias lá fora e jogavam flores no Marajá, quando voltava das guerras

Sala de audiências

Jal Mahal, palácio flutuante, desativado, em Jaipur

Porta de entrada do City Palace, Jaipur

Pátio interno do City Palace

Sala de audiência do City Palace




Pátio com portais das quatro estações do ano - Os blogueiros na primavera

Residência oficial da família do Marajá em Jaipur


Museu têxtil, Jaipur

Jantar mantar, museu astronômico dos Marajás de Jaipur




Templo de mármore branco feito por um milionário, no centro de Jaipur

Banda que tocou no jogo de polo com elefantes, no hotel onde estamos




Homenagem de pétalas de flores, feita só para a nossa suíte(clientes assíduos na rede Taj da Índia)



Um comentário:

  1. Que experiência fantástica. Aproveitem meus queridos e que estejam sempre protegidos por todos os deuses!
    Flávia

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