segunda-feira, 25 de março de 2013

Velha Délhi - Jami Masjid, Humayun e Qutb Minar

Seguidores e Seguidoras,

Voltamos à normalidade. Hoje saímos da Nova Délhi para visitarmos os magníficos sítios históricos que estão na Velha Délhi. Por isso, o contraste se acentuou. Ao invés de jardins e parques floridos, belas mansões, largas avenidas só com carros, tivemos lixo, favela, vaca e cocô de vaca, rickshaw, tuc-tuc, buzinas e mais buzinas. Enfim, tudo o que vimos até aqui na viagem, em termos de cidade. O que compensa são as maravilhas históricas que resistiram ao tempo.

Depois do maravilhoso café da manhã do Leela Palace saímos em direção à Velha Délhi e fomos diretamente conhecer a maior mesquita da Índia, a Jami Masjid. Esta mesquita grandiosa, com três imponentes cúpulas de mármore preto-e-branco e dois minaretes equidistantes do arco central, foi erguida em 1656 pelo imperador Shah Jahan, que para cá veio depois da morte de sua amada esposa, que inspirou o Taj Mahal. Construiu-a sobre uma colina. Foram necessários seis anos  e 5 mil operários para construí-la, a um custo de 1 milhão de rúpias. Um magnífico lance de degraus de arenito conduz às entradas em arco. No tempo de Aurangzeb, esta área atraía vendedores de cavalo e prestidigitadores; atualmente fica cheia de guardadores de sapados, mendigos e guardadores de burca, que a blogueira teve que vestir para entrar no recinto. 

O grande pátio quadrado de 28 m acomoda 20 mil pessoas nas sessões de orações das sextas-feiras e no Id (quando reúne mais devotos). Ao lado da dukka (tanque de água) para as abluções rituais, fica a plataforma de onde um segundo guia de orações, antes de existirem os alto-falantes, repetia as palavras e os gestos do imã para que os fiéis  mais afastados acompanhassem.

Esperávamos um pouco mais desta mesquita, mormente depois de termos visitado a de Ahmedabab, cuja descrição está no blog. Está muito mal conservada, muito suja e, nos documentários que assistimos sobre ela, parecia mais majestosa. De toda forma, quem não for a Ahmedabad, a visita desta é obrigatória.

Do alto da mesquita é possível se ver o majestoso Red Fort, construído por Shah Jahan em 1639. É enorme e seus muros estão bem conservados. Como já havíamos visto muitos fortes nesta viagem, especialmente o de Agra, muito parecido com este daqui e também construído por Shah Jahan, resolvemos não visitá-lo.

Bem na frente da mesquita, após descermos suas escadarias, fomos acrescentar mais um tipo de transporte exótico à nossa viagem. Andar de Rickshaw, um táxi/bicicleta pedalado por um mirrado indiano, pelas ruelas da cidade velha. Uma aventura e tanto. Como o guia também foi no mesmo rickshaw, o coitado do indiano de vez em quando tinha que desembarcar da bicicleta e empurrar à mão. Nas ruas estreitas, com tudo o que foi descrito anteriormente das cidades da Índia, o congestionamento de rickshaws, motos, animais, tuc-tucs fazia com que as paradas fossem constantes. O que mais chamou atenção foi o emaranhado de fios elétricos, dos 'gatos' de energia muito comum em toda a Índia, por todo o nosso percurso, sendo um milagre, só explicado pelos milhares de deuses da Índia,  que aquilo tudo não pega fogo. Um aventura que tem que ser vivida por quem vem à Índia, apesar da pena que dá do coitado do mirrado condutor.

Terminado o passeio de rickshaw fomos visitar o Taj Mahal de Délhi, o magnífico Túmulo de Humayun. Humayun, segundo imperador mongol, está enterrado no primeiro grande cemitério-jardim mongol, inspiração para diversos monumentos posteriores, como o incomparável Taj Mahal. Hoje patrimônio da humanidade, foi construído em 1565 pelo arquiteto persa Mirak Mirza Ghiyas, foi encomendado pela viúva  principal de Humayun, Haji Begum. Costuma ser chamado de 'dormitório da Casa de Timur', e entre as sepulturas de suas câmaras estão as das esposas de Humayun e de Dara Shicoh, filho estudioso de Shah Jahan. No complexo também estão o túmulo e a mesquita de Isa Khan, um nobre do século 16, e a sepultura do barbeiro preferido de Humayun. Arab ki Sarai era uma casa de repouso para os pedreiros persas que construíram o túmulo. Destacam-se a sua imponente cúpula, o fino trabalho de treliça de pedra, característica das construções mongóis e a câmara bem iluminada do túmulo, bem diferente da escura do Taj Mahal. Uma visita imperdível, mormente para quem viu ou vai ver o Taj Mahal.

Dali fomos visitar o Complexo de Qutb, patrimônio da humanidade e um dos sítios históricos mais interessantes desta viagem. Nessa área histórica, se destaca o Qutb Minar, torre isolada mais alta da Índia, onde minar significa  poste ou eixo, marca o primeiro reino muçulmano no norte da Índia fundado em 1193. Com cinco andares, a torre da vitória foi iniciada pelo imperador mongol Qutbuddin Aibak e terminada por seu sucessor, Iltutmish. Ela é tão ricamente elaborada e decorada, que a visita é imperdível. Ali    Qutbuddin Aibak , em 1193 ergueu a Mesquita O Poder do Islã, a a Qutb Minar para marcar a chegada  dos sultões muçulmanos.  A mesquita é uma mistura  de painéis hindus, resgatados de templos arrasados  perto do local, e de cúpulas islâmicas e arcos. Mais tarde outros sultões acrescentaram outras estruturas, sepulturas, escolas islâmicas e outra mesquita, todos precursores de um novo estilo arquitetônico.

No lado oposto da belíssima torre Qutb Minar está o primeiro estágio de outra que um sultão pretendia construir com o dobro do tamanho daquela. Não conseguiu realizar a façanha porque morreu no curso da construção e ninguém deu-lhe continuidade. O local é tão representativo da sua época e as construções lá existentes, especialmente a torre, são tão belos e complexos, tanto que são patrimônio da humanidade, que a visita, que normalmente não está no principal roteiro turístico da cidade, é imperdível e obrigatória.

As postagens de ontem e de hoje escancararam o contraste que é esta cidade, a realidade da Índia, que é a cidade velha, com o que deveria ser, a Nova Délhi. Foi importante não ter começado a viagem por aqui e sim por Mumbai, porque senão passaríamos toda a viagem pelo interior da Índia na expectativa de encontrarmos a Nova Délhi, realidade que nunca se concretizou. A Índia é a Velha Délhi.

Amanhã cedo, de trem, iremos para o País Sique, mais especificamente para Amritsar, a cidade onde fica o magnífico e espetacular Templo de Ouro, a Meca dos Siques, na Caxemira, na fronteira com o Pakistão, bem no norte da Índia, onde veremos também a famosa provocação da troca de guardas de Indianos e Pakistaneses. Lá também viveremos um dia numa fazenda indiana. As próximas postagens prometem coisas bem diferentes. Aguardem. Até. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.

A blogueira, de burca, na mesquita Jami Masjid

Os blogueiros, tendo ao fundo o templo da maior mesquita da Índia


Arcadas da mesquita Jami Masjid

Interior da mesquita, com grande candelabro

Grandes arcadas do interior do templo


A dukka, ou tanque de água onde os fiéis se lavam para entrar no templo

Em destaque o templo de Jami Masjid, com seus magníficos minaretes

O comércio na frente da mesquita tendo ao fundo o Red Fort

Mais uma visão da mesquita de Délhi

A velha Délhi, no nosso passeio de Rickshaw

Os blogueiros e o guia Jaideep, no rickshaw

A realidade da Índia, na velha Délhi

Atenção para a fiação elétrica, dos 'gatos' vistos por toda a Índia


Encontro no nosso rickshaw com um carro de boi nas ruas da velha Délhi

A realidade do trânsito na Índia


Os blogueiros e o condutor do rickshaw

O túmulo de Humayun, o Taj Mahal de Délhi


Visão do portão de entrada do túmulo de Humayun

Entrada do túmulo

Os blogueiros na frente do Túmulo de Humayun


Decoração do teto no interior do túmulo de Humayun


A tumba de Humayun

Decoração do local da tumba

Tumbas das esposas de Humayun

O túmulo do barbeiro de  Humayun

Visão abrangente do Túmulo

A entrada do Túmulo

Mais jardins ao redor do túmulo



Mesquita, no complexo do túmulo de Humayun

O complexo de Qutb


Túmulo de um sultão, no complexo de Qutb

Túmulo de Jamaili-Kamali


Mesquita, no complexo de Qutb, feita com produto do saque de templos hindus

Visão dos balcões da Torre Qutb Minar

Decoração, com motivos islâmicos, na Qutb Minar

Visão  completa da Qutb Minar, com os blogueiros no primeiro plano

Ruínas, no complexo de Qutb

Pátio de antiga mesquita, no complexo de Qutb

Visão da mesquita em Qutb

Dependência dos trabalhadores na construção do complexo de Qutb

Torre que teria o dobro do tamanho da Qutb Minar, mas seu construtor morreu antes da conclusão

Um comentário:

  1. Queridos Narcísio e Dirlei
    O condutor, embora baixinho, pela foto até que parece bem fortinho!!!
    Mesmo assim, é covardia ter que carregar 2 pessoas!!! Onde anda o MP da Índia???
    Abração, do Zucco.

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