Viajando Conosco: HUANG SHAN, A MAIS BELA CADEIA DE MONTANHAS DA CHINA E HONGCUN, CIDADE DO ANO 1131

quinta-feira, 8 de maio de 2014

HUANG SHAN, A MAIS BELA CADEIA DE MONTANHAS DA CHINA E HONGCUN, CIDADE DO ANO 1131

Seguidores e Seguidoras,

Ainda na China Central, saímos de Xian para um voo até a grande cidade de Hangzhou, capital da província de Anhui, onde o carro e guia nos esperavam para o deslocamento, numa bela estrada entre montanhas, até a cidade de Huangshan, que se destaca como ponto de partida para as montanhas e cidades antigas da região. Já chegamos ao anoitecer onde nos hospedamos no Crown Plaza, ótimo hotel mas de serviço que deixa a desejar, muito comum no interior da China onde o treinamento do pessoal ainda não acompanha a modernidade material.

Na manhã seguinte, bem cedo, mergulhamos nessa belíssima região montanhosa, com seu vales repletos de pequenas vilas antigas dedicadas à produção do chá, produto mais famoso da região, proliferando-se plantações pelas encostas das montanhas, num espetáculo à parte. Foi nesse ambiente que chegamos a Hongcun, pequena vila que a Unesco declarou Patrimônio da Humanidade. Como poderão ver das fotos, um cartão postal, uma pintura perdida no interior da China. Hongcun fica cerca de 11 km de Yixian, datando do ano de 1131. Cercada de montanhas, é conhecida como "vilarejo de uma pintura chinesa". A cidadezinha tem traçado em forma de búfalo e é irrigada por uma rede de canais que se alimentam na Lagoa da Lua e no Lago Sul, que representam o estômago do búfalo, enquanto os canais seriam seu intestinos.

Ao lá chegarmos nos deparamos com um tela de paisagem exuberante. O Lago da Lua, atravessado por um ponte estilizada e, no outro lado a antiga cidade, com suas casas brancas e estilo próprio da época. À beira do lago, uma profusão de pintores se esmeram em captar o melhor ângulo para sua obra. É de encher os olhos. Nos embrenhamos pelas suas ruelas estreitas, suas antigas escolas, sua praças, as casas dos ricos da época, com apenas uma pequena porta que dá na rua, para a riqueza não ser ostentada, mas quando ela é transposta se descortina uma mansão com todas as salas, decorações e espaços típicos do início do milênio passado. Só as fotos poderão dar uma noção do que lá vimos.

Almoçamos num restaurante típico chinês, num casarão localizado numa região mais alta da cidade, de onde se tem uma visão privilegiada dela.

De lá, ainda serpenteando entre as montanhas, começamos uma gradual subida, passando por pequenas cidades com muitos hotéis de montanha para abrigar os milhões de turistas que acorrem àquela atração turística. Chegamos no teleférico que dá acesso ao topo das montanhas Huang Shan. Aqui, necessário uma dica importante. Quem vier para esta região para se hospedar nos hotéis que ficam no alto da montanha é importante que traga mochila para levar apenas o básico para o topo. Os hotéis de lá, inclusive, disponibilizam no apartamento os casacos grossos para que você não precise ocupar a mochila com isso. É que, depois da subida no teleférico ainda há uma caminhada de meia hora até o hotel, com muitas escadas de subida e descida.

Ficamos hospedados no Xihai Hotel, um cinco estrelas novo e muito bem localizado, mas de serviço muito ruim. Foi o pior café da manhã da viagem.

Considerada a mais bela cadeia de montanhas do país, Huang Shan (Montanha Amarela) exibe picos impressionantes, muitas vezes cobertos de nuvens, que durante séculos foram louvados por poetas e pintores. Embora o pico principal tenha cerca de 1900 m, os 70 penedos abruptos são espetaculares para uma caminhada, e os sinuosos degraus de concreto estão sempre cheio de gente, na sua maioria chineses e de países vizinhos. Pinheiros antigos e retorcidos, formações rochosas esculpidas pelo tempo, cânions profundos, passarelas bem cuidadas que ora entram montanha adentro, ora estão penduradas na encosta rochosa com o abismo aos seus pés.

De se destacar a Felai Shi, a "rocha que veio de longe", uma enorme pedra equilibrada num ângulo inacreditável voltada para o "Mar Ocidental" e os Shixin Feng, os picos "começando a crer" e que erguem-se acima dos bosques e dos riachos reluzentes e oferecem uma das vistas mais espetaculares em Huan Shan. Alguns dos seus pinheiros, nascidos nas rochas lisas, também oferecem vistas inacreditáveis.

Tivemos sorte que acordamos no dia seguinte com o tempo aberto, já que a região é muito sujeita à neblina o que nos propiciou uma longa caminhada que nos confirmou o que os artistas já sabem há muito. É a mais bela e espetacular cadeia montanhosa da China. As paisagens são indescritíveis. Nem mesmo as fotos, dada a profundidade dos cânions, talvez possam retratar, com precisão, aquele espetáculo da natureza. Imperdível para quem vier à China e quiser ter uma visão do quanto é bela sua natureza, mormente porque ali a poluição ainda não estragou o cenário.

No final da tarde, por teleférico, diferente daquele no qual subimos, (ambos com paisagens radicais e impactantes), descemos a montanha e voltamos para a bela cidade de Huangshan. Tomamos um café, caminhamos pelo seu centro antigo, fizemos compras dos seus melhores chás e, à noite, antes do voo para Xangai, assistimos um espetáculo circense numa casa de show da cidade. Toda essa região merece uma visita por sua beleza única.

Na próxima postagem, Xangai e, na região, a Water Village de Zhozhuang, Veneza chinesa, além dos jardins de Suzhou e o Museu da Seda. Imperdível. Até. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.