domingo, 25 de maio de 2014

IMPRESSÕES FINAIS DA VIAGEM AO JAPÃO, CHINA E CAMBOJA

Seguidores e Seguidoras,

Como já é da tradição deste blog, sempre ao fim de uma grande viagem, reportamos aqui as impressões que tivemos dos lugares visitados, da companhia aérea, dos hotéis, da comida, dos serviços, enfim, tudo o que possa ser útil aos seguidores do blog para as suas próprias viagens e, para nós, arquivo daquilo que já o temos nas nossas mentes e corações. Dividiremos a postagem em alguns tópicos para facilitar a leitura.

COMPANHIA AÉREA

Viajamos pela Etihad, dos Emirados Árabes Unidos e eleita, no ano passado, a melhor companhia aérea do mundo em Oscar promovido pela associação respectiva. Esta viagem teve uma particularidade em relação às outras, onde sempre viajamos na classe executiva mas, desta vez, fruto de promoção, pela primeira vez experimentamos a primeira classe. O espaço é magnífico, com cama reta, colchão e pijama da companhia para vestir, tudo num espaço que pode ser totalmente fechado, com total privacidade. Tela grande de TV, com muitas opções de filmes, alguns ainda nem lançados no Brasil, documentários, DVDs e completa informações sobre o voo, inclusive câmeras externas.

Quanto ao serviço, obviamente que tivemos praticamente uma comissária quase exclusiva e o chef sempre à disposição. Comida e bebida na hora que você decidir. Não precisa tomar o café da manhã ou jantar junto com os demais passageiros. Na ida a comida e as bebidas tiveram apenas um pequeno upgrade em relação à executiva. Na volta todo o serviço foi efetivamente de primeira classe, de alta qualidade. Quanto aos comissários de bordo, muito atenciosos e simpáticos, com opções de cinco ou seis línguas diferente, inclusive o português, nos voos Abu Dabi-São Paulo. Na Ásia fizemos alguns trechos com a mesma empresa, na classe executiva. Ótimo serviço, moderna, mas os espaço da poltrona era menor do que a executiva de outras empresas.

Quanto aos lounges, em Abu Dabi, o da primeira classe é espetacular. Amplo banheiro para banho, sala de massagem, serviço a la carte com garçons, e serviço como se fora um restaurante chic. Excelente. Nas demais cidades, o lounge não era exclusivo, mas compartilhado com outras empresas, perdendo a exclusividade antes mencionada.

Em síntese, viajar de primeira classe só para grandes distâncias, como a dessa viagem e se for por um excelente preço porque o custo-benefício de viajar na classe executiva é mais vantajoso.

JAPÃO

O país nos impressionou muito positivamente. Para os padrões brasileiros, quase beira à perfeição. Um povo doce, respeitoso, muito educado, nos tratou, em todos os lugares, melhor do que imaginávamos, sempre com um sorriso e uma genuflexão respeitosa, às vezes quase até o chão. Viajamos pelo interior, muitas vezes em estradas de pista simples e, também, no trânsito, motoristas educados. Os trens e metrô sempre pontuais ao extremo, limpos e ninguém falando alto, mesmo ao telefone.

No tocante à arquitetura das cidades do interior, predominam casas de dois pavimentos, cor cinza claro e sem a beleza das incomparáveis cidades europeias. As grandes cidades, como Tóquio e Kyoto, muito modernas, com seus arranha céus, mas muito organizadas e humanizadas com grandes parques públicos muito bem cuidados.

Quanto ao ecossistema, muitas planícies ocupadas pelas plantações de arroz e pelas cidades. As regiões montanhosas, com vegetação pobre e, no trajeto Kyoto-Takayama, muitas plantações de chá nas encostas e a beleza que reportamos, do trem serpenteando o rio no fundo do cânion. Naquele trecho vimos a montanha mais alta do Japão ainda coberta por uma grossa camada de neve.

Neste particular, impõe destacar a florada das cerejeiras que coincidiu com a nossa chegada ao Japão. Ela tem o seu auge em apenas uma semana, entre a última de março e a primeira de abril. Como puderam ver, a pegamos no auge. Em Tóquio se destaca no Parque Ueno mas, todos os japoneses preferem vê-la em Kyoto e pudemos constatar o motivo. Lá é muito mais bela do que Tóquio,  com grandes árvores cor de rosa cobrindo ruas, margens de rios, parques e florestas circundantes. É motivo de festa em todo o Japão, com piqueniques debaixo das árvores e muita comemoração, especialmente dos jovens. Vivemos todo esse clima. Indescritível e maravilhoso. Só presenciando para se ter uma ideia do que representa. Aconselhamos, para quem quiser conhecer essa maravilha da natureza, a curti-la em Kyoto, muito mais intensa do que Tóquio.

Os hotéis, cinco estrelas, todos com ótimo serviço e tecnologia avançada, especialmente nos banheiros, conforme já mencionamos, com destaque para o maravilhoso Shangri-la de Tóquio. Os banheiros pelo país afora, todos limpos e cheirosos, a maioria com vaso estilo ocidental e quando eram de chão havia sinalização nas portas.

Marcaram sobremaneira, o Monte Fuji e seus cinco lagos, os templos de Nikko e de Kyoto, aqui destacando-se os imperdíveis Templos Dourado e  Zen, o casario milenar e os carros alegóricos de Takayama e o Museu de Tóquio contando a história desse povo evoluído. Um país, sem dúvida, que merece ser visitado.

CHINA

Um país complexo tipo, ou ame-o ou odeio-o. Quando saímos do moderníssimo aeroporto de Pequim a primeira coisa que sentimos foi o cheiro da poluição. Esta merece um capítulo à parte.

Como a principal matriz energética da China é o carvão, todas as cidades e regiões da China, exceção feita ao Tibet e à região das Montanhas Amarelas, são extremamente poluídas. Por todo o lugar que se vai, grandes usinas movidas a carvão, inclusive com largos chaminés tipo usinas atômicas, dia e noite despejam na atmosfera, sem tratamento, toneladas de fumaça que cobre todo o país, tornando seu céu cinzento, não deixando o sol brilhar intensamente e deixando o horizonte, para onde se olhe, enevoado, impossibilitando a visão de suas belezas naturais e das suas cidades. Em algumas delas o alcance da visão não passa dos cem metros. A situação se agrava  pelo consumo doméstico do carvão para aquecimento e preparação dos alimentos. Apesar os esforços do governo de investir pesado, como nenhum outro país, em energia solar e eólica, o déficit de energia para bancar o desenvolvimento acelerado, não apresenta qualquer perspectiva de solução do problema, mesmo a longo prazo.

O pior é que o povo chinês já se acostumou com essa sinistra realidade. Tanto que reportaram para nós que muitos amigos foram ao Brasil ou ao Tibet e constataram que lá o céu era azul. Apesar de argumentarmos que o deles também era, nada os convencia de que era cinza ou marrom por causa da poluição. Isso, apesar dos graves problemas pulmonares que a população enfrenta, não pressiona mais os governantes a buscarem alternativas de limpar o país. Uma tragédia ambiental.

O outro lado da poluição é o desenvolvimento acelerado da China nos últimos 20 anos. Na postagem de Xangai demos um retrato disso, mas se vê transformações em todas as regiões do país que visitamos. Em termos de infraestrutura a China passou de longe o nosso pobre Brasil. Estradas novas, largas e modernas. Aeroportos moderníssimos, todos deixando na poeira nossos melhores. Praticamente todos os pontos turísticos, por mais remotos que sejam, têm infraestrutura de primeiro mundo. Como a infraestrutura já está bem consolidada, agora estão construindo mega cidades, com bairros com dezenas de prédios com cerca de 40 a 50 andares, a maioria deles, todavia, completamente vazios. Dizem que para ali irão as pessoas que serão deslocadas do campo para as cidades. Tais deslocamentos têm um custo emocional tremendo. As famílias são notificadas com cerca de 30 dias para abandonar suas casas, seus terrenos, seu ganha-pão, para construção de estradas, prédios, novas cidades, estrutura para o turismo e são transferidas para esses prédios, longe de amigos, familiares e vizinhos. O tio de um guia era pastor de ovelhas até os 70 anos quando foi sumariamente transferido de sua terra para um pequeno apartamento num arranha céu. Dá para imaginar o sofrimento dessa gente?

Apesar desse rápido e visível progresso, no interior do País ainda pudemos ver favelas que retratam a China de poucos anos atrás. O desenvolvimento é tão avassalador que, certamente em pouco tempo essa realidade também terá mudado.

O progresso material é evidente mas o fator humano não acompanhou. Continuam rudes, arrogantes, mal educados. Falam muito alto em qualquer lugar, muito mais no celular, não respeitam filas, seus banheiros públicos são todos muito sujos e fedorentos, salvo raríssimas exceções. No trânsito, parecem que estão num ringue de box.  São extremamente agressivos e vivem disputando lugar, à força e passando a milímetros um do outro. Nas rodovias ultrapassam pela direita e ziguezagueando em alta velocidade e, na pista rápida, alguém andando lentamente sem se importar com os demais. Apesar dessa verdadeira guerra, quase não vimos acidentes ou batidas. Já se acostumaram com isso.

A comida chinesa é mais cozida e melhor do que a japonesa, predominantemente crua. Experimentamos, dumplins, uma espécie de massa recheada com carnes, frutos do mar, verduras, etc., o pato laqueado, as sopas de todos os tipos imagináveis e, quando não muito apimentados, suas comidas são muito saborosas.

Quanto aos hotéis, para garantirmos café da manhã ocidental e restaurantes de comida internacional, ficamos nos melhores de cada cidade ou região que visitamos, a maioria 5 estrelas já que eram os únicos nessas condições. Nos grandes centros o serviço era bom, com recepcionistas e garçons falando inglês e bem treinados. No interior, todavia, apesar do luxo dos hotéis, com mármore e seda em profusão e enorme suites, o serviço deixou muito a desejar. Pouca gente falando inglês e os que falavam, o faziam de forma rudimentar. O atendimento, apesar do esforço, era sofrível. Imaginamos como seria o serviço em hotéis de categoria inferior. Por isso, a dica é gastar um pouquinho mais e ficar nos melhores hotéis.

Fato relevante, também, foi a censura que experimentamos durante a nossa estada na China. Nosso blog, o facebook, o google e até mesmo os sites brasileiros que contivessem qualquer informação que incomodasse o regime foram bloqueados. Uma situação inédita e que nos gerou grande desconforto.

Suas atrações turísticas são espetaculares, como puderam ver das postagens que fizemos ao voltar. Pequim com a Cidade Proibida, o Tempo do Céu, o Jardim de Verão,  o maior buda de madeira em Chengde, a Grande Muralha, o Caminho Sagrado dos Túmulos Ming, ladeado por magníficas 36 estátuas, o incomparável Templo Suspenso Xuangkong Si e as Cavernas de Yungang, com suas 51 mil estátuas e Buda, em Datong. A antiquíssima cidade  murada de Pingyao, o enorme Buda de Leshan, no encontro de três grandes rios,  o Tibet, com o centro histórico de Lhasa, o Bakhor e o templo mais importante do Tibet, o Jokhang, o magnífico Potala Palace e a oração dos monges nos templos da montanha. Xian e seus Guerreiros de Terracota e o incrível museu dos Túmulos de Hanyang, da dinastia Han,  a milenária cidade de Hongcun na, por eles dito, mais linda cadeia montanhosa da China, as Montanhas Amarelas de Huang Shan. Por fim, Xangai e seu incrível salto de modernidade de 20 anos, o seu museu contanto a história de mais de 5 mil anos das China, as paisagens desde o Bund e margens do rio Huangpu,  e da região do incrível Jardim Yu e Bazar, além da Water Village de Zhozhuang, o Museu da Seda de e o lindo Jardim do Administrador Humilde de Suzhou.

Afinal, aqui apenas umas pinceladas do muito que vimos na China, um País complexo, em profunda transformação, com uma infraestrutura, inclusive turística, incrível, com um povo ainda rústico, mas com imperdíveis atrações turísticas, culturais, históricas e naturais. Vimos muita coisa importante mas, diante da vastidão do País, muito há ainda por ser visto. Talvez um dia lá voltaremos para continuar esta inesquecível viagem.

CAMBOJA

Um sonho realizado, especialmente por Angkor Vat. Um País muito quente, pobre e com muita corrupção governamental. Um povo dócil mas que, apesar disso, quase foi extinto depois das milhões de mortes promovidas pelo cruel tirano comunista Pol Pot. Seam Reap, sua principal cidade turística e ponto de partida para o complexo de Angkor, é limpa e cheia de hotéis para todos os bolsos.

No Camboja, é imperdível conhecer todo o Complexo do milenar Império Kmer, o maior templo hindu do mundo, o Angkor Vat, o inacreditável Templo Ta Phrom, abraçado pelas poderosas raízes das figueiras e árvores locais e o Templo Bayon com suas centenas de enormes faces que o decoram. Estas as principais e imperdíveis atrações. Estando lá, todavia, é recompensador pegar uma barco e visitar a incrível cidade flutuante do mar interior do Camboja, o Lago Tonle Sap, visitar o Museu das Minas e o lindo Templo Banteay Srey, com sua impressionante decoração e que parece uma miniatura comparado com os monumentais templos de Angkor. 

Quem visita a Ásia não pode deixar de visitar este pequeno, pobre e simpático País,  mas com atrações únicas, patrimônio da humanidade, imperdíveis para quem ama o belo e a história desde mundo em que vivemos.

Pela distância e complexidade dos países visitados, a começar pela língua, esta viagem foi organizada a seis mãos, nossas e as da nossa agência de viagens JoCintraViagens (jo@jocintraviagens.com.br), que recomendamos. Todos os roteiros de viagens pré organizadas que estão neste blog, como Peru, Índia, Rússia e região, e Japão, China e Camboja foram feitos com a ajuda dessa competente agência.

Numa viagem onde o fuso horário foi de 12 horas no Japão, 11 horas na China e 10 horas no Camboja, tivemos alguma dificuldade de readaptação, especialmente no retorno, quando levamos de 2 a 3 semanas para voltar a dormir normalmente, inclusive tendo que recorrer a um médico do sono. Tudo, todavia, vale muito a pena.

Nas postagens de cada lugar que visitamos nesta viagem,  estão os detalhes das pinceladas que fizemos nesta postagem final, com centenas de fotos de cada uma delas. Vale a pena dar uma olhada para quem ainda não viu.

Apesar da censura sofrida no período em que visitamos a China, a audiência do blog bateu todos os recordes, com mais de 4 mil acessos durante o mês de abril, muitos deles com comentários que enriqueceram a nossa viagem e nos fizeram matar as saudades de casa e dar boas gargalhadas. Muito obrigado a todos que nos prestigiaram, inclusive os anônimos do Brasil e do mundo e que continuam acessando este blog diariamente, mesmo nos hiatos entre uma viagem e outra. 

A próxima viagem provavelmente será em setembro, no nosso velho estilo, de carro, sem reservas, começando pela Eslovênia e Croácia e descendo por outros poucos conhecidos países dos Bálcãs, como Sérvia, Montenegro, Kosovo, Macedônia, etc. até a Grécia e suas bucólicas ilhas. Promete muito. Caso seja impossível viajar de carro alugado ou com leasing por esse roteiro, talvez mudaremos para Rep. Tcheca, Eslováquia e, passando pela Áustria, alcançar Eslovênia e Croácia. Se sobrar tempo, de avião ou barco, iremos até a Grécia.  Se algum lugar especial visitarmos até lá, também postaremos. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei. 







sábado, 10 de maio de 2014

XANGAI, WATER VILLAGE DE ZHOZHUANG, JARDINS TÍPICOS E MUSEU DA SEDA

Seguidores e Seguidoras,

Num voo noturno e atrasado desde Huangshan, chegamos em Xangai, a mais ocidentalizada cidade que visitamos na China, já de madrugada de onde fomos levados para o ótimo Portman Ritz Carlton, muito bem localizado e com serviço de ótima qualidade e um café da manhã excelente.

No dia seguinte, foi dia de conhecer Xangai e nada melhor do que começar por uma espécie de museu moderno e que retrata o rápido desenvolvimento sofrido pela cidade nos últimos 20 anos. É impressionante a explosão de desenvolvimento experimentado por essa cidade, só possível num regime autoritário como o Chinês onde bairros foram varridos do dia para a noite, sem indenizações e com prazo curto para a mudança sob pena de ação firme do exército. Famílias que viviam juntas no mesmo conjunto, por séculos, foram separadas do dia para a noite para bairros distantes um do outro. As histórias de violência e sofrimento ainda são latentes. O resultado,  esquecidos os meios, são extraordinários. Quase inacreditáveis.

No primeiro andar de um prédio moderno, uma enorme maquete mostra a cidade em detalhes bem realistas, alternando dia e noite. São impressionantes as grandes avenidas e seus elevados, que cortam a cidade em cruz e desembocam em grandes perimetrais escoando o trânsito dos mais de 14 milhões de habitantes. As fotos darão mostra do que vimos aqui.

No segundo andar, uma viagem radical de helicóptero em quatro dimensões, apresenta a cidade e suas transformações, pelo alto. Barras de metal fixadas na sala com projeção de 360º são necessárias já que o voo é radicalíssimo enganando o cérebro e fazendo com que todos tenham que se segurar nas barras para não cair. Indescritível. Só estando lá para ter uma idéia do que sentimos. Para quem acompanha um pouco das transformações que a China vem experimentando nos últimos anos, visitar este lugar é obrigatório.

Dali fomos visitar um dos mais importantes museus sobre a cultura e a história de China. Com acervo de de mais de 120 mil peças, o Museu de Xangai apresenta algumas das melhores relíquias culturais desde o neolítico da China até o período da dinastia Qing, cobrindo mais de 5 mil anos. Destacam-se peças de bronze, lindíssimas cerâmicas, caligrafia, pintura, peças em jade, máscaras. Um museu imperdível para quem efetivamente tem interesse de conhecer uma pouco da cultura do povo chinês.

De lá fomos para a região da cidade conhecida como Bund, com os visuais mais belos e impactantes daquela cidade progressista. Alguns lugares ficam associados para sempre a uma única referência e, no caso de Xangai, é o Bund. Também conhecido como Zhongshan Lu, ficava no coração do que era a cidade colonial. De um lado está o Rio Huangpu, e do outro ficavam os hotéis, bancos, escritórios e clubes que foram símbolos grandiosos da potência comercial ocidental. A maioria desse edifícios continua em pé, um lugar para uma caminhada agradável. Visitamos alguns deles.

O Hong Kong & Shanghai Bank, construído em 1921, ele se vangloriava de ser o prédio mais bonito da Ásia.  No seu interior há belíssimos murais restaurados. Vale entrar nele pela beleza de se dome, ricamente pintado e decorado. Destacam-se ainda a Casa da Alfândega, o Antigo Palace Hotel o o hall do Hotel Fairmont, ali perto, com um excelente café.

Ali próximo fica um grande, ajardinado e decorado calçadão  à margem do Rio Huangpu e de onde se pode ter a melhor visão dos mais modernos e belos arranha-céu da cidade, na região chamada Pundung. Uma caminhada por ali é imperdível em Xangai.


Dali fomos dar uma volta pelos lugares mais significativos da cidade, especialmente a Nanjing Lu, que parte perpendicularmente do Bund rumo a oeste, na extensão de dez km, com muita história, anúncios coloridos. Uma parte da rua é  exclusiva para pedestres onde valeu a pena andar para sentir o verdadeiro clima da cidade. Na altura da praça do Povo, O Jing'an District, área com restaurantes espanhóis, franceses e italianos.  No período da noite é muito movimentado e tem-se a impressão de estar-se em qualquer cidade da Europa, menos na China.

Por fim, fomos visitar um dos lugares mais interessantes da cidade, o Jardim Yu e Bazar. As construções em estilo antigo do Jardim Yu e Bazar não são de fato antigas mas os belos prédios e telhados atraem o olhar. Aqui as lojas vendem de tudo, de suvenires para turistas a medicamentos tradicionais e, apesar dos preços inflacionados, a área é muito procurada. O que mais impressiona no lugar, todavia, é o Jardim Yu, muito comum nas casas dos ricos na dinastia Ming. Nele se destaca a Casa do Chá Huxingting, cujo prédio foi erguido em 1784 por comerciantes de algodão. Uma ponte em ziguezague protege o local, pois os maus espíritos só andam em linha reta. Essa uma crença era generalizada na China. Destaca-se, também o jardim de pedras enormes. Afamado por ser o melhor jardim de pedras Ming, sem dúvida é o maior. As pedras lembram cavernas e gargantas do sul da China. Os muros dos jardins são coroados por um dragão curvilíneo e que só tem quatro garras e não cinco, para não atrair a ira do imperador.

Os muros  dividem o jardim em seis áreas panorâmicas, fazendo parecer um labirinto e dando a impressão de que é maior. Um jardim muito diferente dos ocidentais e, por isso, sua visita é imperdível.

Uma cidade poderosa, completa, ocidentalizada, impressionante, cuja visita, na China, é obrigatória.

No dia seguinte, pegamos a estrada em direção ao litoral para conhecer três importantes sítios, cerca de 100km do centro de Xangai: o Water Village de Zhouzhuang, o Museu da Seda e o Jardim do Administrador Humilde de Suzhou. Os três valeram a viagem.

O Water Village de Zhouzhunag é conhecida como a Veneza chinesa. Pequena cidade no canal Jinghang, que liga Suzhou a Xangai, Zhouzhunag  já foi um porto importante, especializado em seda, louças e cereais. Atraiu estudiosos e altos funcionários que construíram pontes e casas entre os períodos  Yuan e Qing. encantadora, a cidade velha pode ser visitada a pé ou de barco, pelos canais. Fizemos dos dois jeitos. Entre as atrações  estão o Hall da Residência de Zhang, da dinastia Ming, com 70 aposentos, e o Hall da Residência de Shen, com 100 cômodos ligados ao Hall principal. O Templo de Chengxu, perto do museu, é um santuário da dinastia Song. Um lugar muito interessante, com seu casario milenar bem conservado, hoje residências, restaurantes e lojas com artigos para turistas e que vale ser visitado tanto a pé como de barco, ambas com paisagens únicas, dessa interessante cidade nas águas. Esperamos que as fotos possam retratar fielmente o que vimos.

Dali fomos visitar o imperdível Museu da Seda da China. Segundo a lenda, a imperatriz Xi Ling, em 2640 a.C., incentivou a criação em larga escala do bicho-da-seda. A China lucrou muito com o comércio da seda. E essa indústria se tornou monopólio do país por quase 3 mil anos seguintes, até que refugiados contrabandearam o secreto para a Coréia e o Japão.  Outra história diz que uma princesa chinesa, casada com o príncipe de Khotan, levou secretamente  bichos-da-seda de presente para o marido. O Ocidente, que conhecia a China como Seres, ou Terra da Seda, soube do segredo por dois monges que esconderam bichos-da-seda em bastões de bambu.  

O Museu da Seda, em Suzhou, traça a história da produção da seda e seu uso desde o início, por volta de 4000 a.C. até hoje. Expõe antigos teares e máquinas de extração da seda, padrões de antigas vestimentas de seda e, mais interessante, todo o processo, ao vivo, com os bichos-da-seda se alimentando de folhas de amoreiras e a evolução dos casulos até o processo de extração da seda, numa mini fábrica lá instalada. Ajudamos, inclusive, a abrir um casulo feito por duas lagartas, o qual expandimos, com a ajuda de outros turistas e das funcionárias do local, sobre uma grande mesa para preparar recheio de edredons. Impressionou aquela pequeno casulo se expandir, com grande resistência, no tamanho da mesa de 4 ou mais metros quadrados. Um lugar especial para conhecer todo o processo dessa que foi por milênios, a base da economia chinesa.

Após um almoço típico chinês, num restaurante local, fomos visitar o maior jardim de Suzhou, o Zhuozheng Yuan, Jardim do Administrador Humilde, tendo a vista a humildade do seu primeiro proprietário, considerado um dos melhores da China. Foi elaborado no século 16 por um juiz aposentado, Wang Xian Chen, e aprimorado com o passar dos anos pelos donos subsequentes, que o modificaram segundo a moda do momento. Uma pintura do século 16 mostra que, originalmente, o jardim era menos decorativo do que agora. Ele conta com três partes, leste, central e oeste. A seção leste possui flores coloridas, mas é menos interessante que as outras duas, onde se destacam  a Ilha Perfumada, um pavilhão com esplanada que tem a intenção de parecer com o deque e a cabina de um barco. Como se projeta sobre água, oferece lindas vistas do jardim, por todos os lados. O Hall do marreco-mandarim cuja divisão em dois aposentos iguais permite que, no verão, o visitante aproveite a câmera mais fresca que dá para o norte e, no inverno, a mais quente voltada para o sul.  

O lugar é enorme, com diversos pavilhões, lagos, jardins, dentre os quais se destaca o de bonsais, alguns com quatrocentos anos, o qual dedicamos ao nosso amigo Zucco, um apreciador dessas plantas.

Esta foi a última parte da China por nós visitada. Um resumo de sua  modernidade, com a linda Xangai e de suas origens, com o museu da seda e o Water Village. Um país complexo e intrigante, com uma rica história  e com sítios turísticos e históricos incomparáveis. No resumo final, que sempre fazemos ao fim das nossas viagens, deixaremos nossas finais impressões destes três países, Japão, China e Camboja, que restaram, para sempre, impressos em nossas melhores memórias. Até. Beijos a todos. Narcísio e Dirlei.


A bela Xangai




O museu do planejamento urbano de Xangai com seu crescimento vertiginoso nos últimos 20 anos










Aqui a projeção de 360º

Adicionar legenda

O Museu de Xangai e as roupas típicas de cada região da China


As máscaras de cada região


Meios de transporte da antiguidade

A sala de peças de âmbar



Antiga mobília


Um sala só com a evolução da escrita

Peças de cerâmica







A famosa porcelana chinesa



Uma sala só de estátuas antigas do Buda

A região do Bund e seu prédios antigos


Calçadão com muro florido à beira do Rio Huangpu







Visão do centro moderno e financeiro de Xangai desde o Bund






A região do Bazar e do Jardim Yu









O Jardim Yu








A blogueira tratando a carpas chinesas no Jardim Yu





A Water Village de Zhozhuang, a Veneza Chinesa






O teatro do Water Village









O prato típico da região, porco.












A nossa barqueira



As máquinas antigas do Museu da Seda



As antigas vestimentas de seda

O bicho-da-seda comendo as amoreiras


Os casulos


A seleção dos casulos

O processo de processar os casulos para extração da seda



Apenas um casulo gera seda que cobre a mesa


Os blogueiros trabalhando a seda


O Jardim do Administrador Humilde, em Suzhou







Os bonsais centenários do Jardim